Não há como evitar: amar é ser vulnerável. Todos os personagens desta coleção lutam contra esse conceito, embora talvez nenhum mais do que o casal de namorados de infância transformados em amantes fadados ao desencontro em Beating Hearts (2024), o épico exuberante de Gilles Lellouche. Separados por uma barreira de classe imutável, os dois precisam abandonar os mundos a que pertencem e sair de suas zonas de conforto para manter acesa a chama da paixão.
Nas histórias de amor retratadas nesta seleção, a emoção raramente obedece à razão, e o amor costuma surgir nos lugares mais improváveis. Em Totalmente Selvagem (1986), a comédia insana de Jonathan Demme, a beleza imprevisível de Melanie Griffith o encontra em um restaurante de beira de estrada, numa sexta-feira como qualquer outra. Ao embarcar numa aventura impulsiva com o desconhecido vivido por Jeff Daniels, ela abala todas as certezas dele sobre atração, compatibilidade e expectativas românticas.
Os personagens que encontram estratégicas drásticas e incomuns para resolver essas tensões são responsáveis por um cinema estimulante e, muitas vezes, extremamente comovente. Pois quem de nós já descobriu todos os mistérios do amor? Em A Professora de Piano (2001),  de Michael Haneke, Isabelle Huppert é ao mesmo tempo comovente e perturbadora no papel de uma mulher cuja psique distorcida lhe conferiu um tipo particular de desejo, que poucos conseguem satisfazer. A comédia obscena Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, lança a ideia de que uma única pessoa poderia satisfazer alguém plenamente. Mas não vamos nos desesperar: se considerarmos os outros filmes reunidos aqui – o clássico misantrópico de Michael Lehmann Atração Mortal (1989); o lindo, porém ironicamente intitulado Happy Together (1997), de Wong Kar Wai; e a obra-prima explícita de Nagisa Ōshima O Império dos Sentidos (1976) –, encontrar um parceiro adequado para corresponder às suas neuroses pode não ser a felicidade que se diz ser. A paixão é um fogo que pode consumir amantes apaixonados. A anos-luz de distância dos clichês das comédias românticas, esses filmes permitem que você os veja arder.

Não há como evitar: amar é ser vulnerável. Todos os personagens desta coleção lutam contra esse conceito, embora talvez nenhum mais do que o casal de namorados de infância transformados em amantes fadados ao desencontro em Beating Hearts (2024), o épico exuberante de Gilles Lellouche. Separados por uma barreira de classe imutável, os dois precisam abandonar os mundos a que pertencem e sair de suas zonas de conforto para manter acesa a chama da paixão.
Nas histórias de amor retratadas nesta seleção, a emoção raramente obedece à razão, e o amor costuma surgir nos lugares mais improváveis. Em Totalmente Selvagem (1986), a comédia insana de Jonathan Demme, a beleza imprevisível de Melanie Griffith o encontra em um restaurante de beira de estrada, numa sexta-feira como qualquer outra. Ao embarcar numa aventura impulsiva com o desconhecido vivido por Jeff Daniels, ela abala todas as certezas dele sobre atração, compatibilidade e expectativas românticas.
Os personagens que encontram estratégicas drásticas e incomuns para resolver essas tensões são responsáveis por um cinema estimulante e, muitas vezes, extremamente comovente. Pois quem de nós já descobriu todos os mistérios do amor? Em A Professora de Piano (2001), de Michael Haneke, Isabelle Huppert é ao mesmo tempo comovente e perturbadora no papel de uma mulher cuja psique distorcida lhe conferiu um tipo particular de desejo, que poucos conseguem satisfazer. A comédia obscena Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, lança a ideia de que uma única pessoa poderia satisfazer alguém plenamente. Mas não vamos nos desesperar: se considerarmos os outros filmes reunidos aqui – o clássico misantrópico de Michael Lehmann Atração Mortal (1989); o lindo, porém ironicamente intitulado Happy Together (1997), de Wong Kar Wai; e a obra-prima explícita de Nagisa Ōshima O Império dos Sentidos (1976) –, encontrar um parceiro adequado para corresponder às suas neuroses pode não ser a felicidade que se diz ser. A paixão é um fogo que pode consumir amantes apaixonados. A anos-luz de distância dos clichês das comédias românticas, esses filmes permitem que você os veja arder.

Loucos de Amor: Contos de Paixões Destrutivas

LOUCOS DE AMOR: CONTOS DE PAIXÕES DESTRUTIVAS

Amar é se tornar vulnerável, e encontrar alguém que combine com suas neuroses talvez não seja a felicidade que parece ser. A paixão é um fogo que pode consumir os amantes apaixonados. A anos-luz dos clichês das comédias românticas, estes filmes permitem assistir, de camarote, enquanto eles ardem.

Amar é se tornar vulnerável, e encontrar alguém que combine com suas neuroses talvez não seja a felicidade que parece ser. A paixão é um fogo que pode consumir os amantes apaixonados. A anos-luz dos clichês das comédias românticas, estes filmes permitem assistir, de camarote, enquanto eles ardem.